Ação direta de cidadania que foi parte do curso Mapeando o Comum Urbano. A ação foi realizada durante a manhã do sábado 26 de Outubro nas “Piscinas Naturais de Corais da Praia do Seixas”, que situa-se no litoral sul e fica em frente à “Falésia do Cabo Branco” e ao Farol do Cabo Branco e à Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes.
A ação consistiu em uma simulação e performance ativa em que professores, estudantes e extensionistas vestiram-se de cientistas e pesquisadores que embarcaram em um catamarã turístico em total silêncio e com roupas específicas de proteção contra poluição e resíduos tóxicos. Outros estavam vestidos como seguranças e trajavam roupas pretas. Todo o percurso de barco foi marcado pela curiosidade dos turistas e pessoas em torno dos trajes e do grupo que destoava do sentido costumeiro de lazer. Os matérias utilizados além das roupas de proteção, foram fitas de isolamento de área nas cores amarelo e preta, luvas óculos, macacões e um megafone.
Ao ancorar o barco a tripulação de cientistas e seguranças desceram e seguiram em fila indiana e para isolar uma área de corais, em seguida foi feita um fala no megafone de alerta aos perigos e danos que vem acontecendo tanto aos corais e à falésia e a mata atlântica devido ao turismo predatório e às atuais e antigas políticas estimuladas, desenvolvidas ou ausentes no e pelo Estado em suas diversas esferas: Federal, Estadual e Municipal. Muitos turistas se interessaram em perguntar o porquê da ação, e o capitão da embarcação divulgou no microfone que a ação estava sendo desenvolvida por estudantes e professores preocupados com as condições ambientais já citadas. Divulgou-se a conta do Instagram do projeto e a plataforma digital.
Em seguida o grupo se dirigiu para a outra parte dos corais e novamente cercou uma determinada área. Teve-se acesso ao microfone da embarcação e pode-se divulgar qual era a intenção da ação, os riscos que o “bem comum” da cidade vem tendo, assim como todo o intuito de alerta radical e de ação educativa e criativa. Após isso houve a interação da equipe com os turistas e trabalhadores que se mostraram em parte interessados na causa. O projeto e suas plataformas digitais tiveram um alcance inesperado de mensagens. Ao retornar para a praia o grupo ainda se reuniu para um almoço e discutiu as futuras ações a serem realizadas dentro da mesma proposta teórica e metodológica da cartografia radical e crítica e da discussão sobre os bens comuns ameaçados na capital paraibana.
A equipe muito comprometida e multidisciplinar continua ativa e considera a ação como exitosa. A mobilidade urbana, a segregação sócio-espacial, a poluição e o desmatamento, assim como a verticalização da cidade são elementos que fazem parte dessa problematização sobre as cidades e seus bens comuns.
* Texto por Ricardo Bruno Cunha Campos (Cientista Social – Professor da SEECT – PB)